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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Vingança de Martin - Capítulo II

Capítulo II - 3 Anos Atrás

Eu corria, enquanto pensava em como escapar. Se fosse pega portando nanodrogas, nunca mais me deixariam sair, não com minha ficha.

Eu não tinha idéia do que era Norylsk, a Metrópole, a maior cidade do planeta. Não quando chequei, dois anos antes. Eu imaginava que era apenas uma grande aldeia, e que aqui eu aprenderia sobre os humanos e sobre como fazê-los pagar pelo que fizeram.

Tola.

Dois anos depois eu era apenas mais uma traficante viciada, revendendo nanodrogas humanas para meu próprio povo. Ajudando a nos manter escravos. Eu odiava a mim mesma.

Foi enquanto ainda fugia, por entre as ruas do gheto, que o encontrei. Meu herói, meu amante, minha salvação. Martin.

Ele me agarrou e me levou por dentro de uma porta, tapando minha boca para que eu não gritasse. Eu tentava escapar, mas ele era mais forte. Eu estava apavorada, não entendendo que ele estava apenas me protegendo. Tentei fugir, tentei gritar, enquanto ele sussurrava em meu ouvido para ficar quieta, até que os humanos perdessem minha pista.

Ele por fim se viu obrigado a injetar alguma coisa em mim. Só sei que tudo ficou escuro.

Os dias que se seguiram foram como um borrão, meus pensamentos confusos, um hospital, meu corpo queimando, incapaz de me mover ou abrir os olhos, perdendo a noção do tempo.

- Sindrome de abstinência - Ele falou, e sua voz parecia ressoar por todo meu ser. Será que naquele primeiro instante, naquela primeira vez que ouvi sua voz, eu já estava me apaixonando, descobrindo uma nova razão para viver?

- Está tudo confuso - eu falei, balbuciante. Não sabia onde estava, nem como havia chegado ali.

- Nanodrogas criam uma relação simbiótica com seu corpo, e, com o tempo, você não pode mais viver sem elas. Elas começam a auxiliar em várias funções vitais de seu organismo, e ao mesmo tempo interferem em seu cérebro. Em pouco tempo, seus pensamentos não são mais seus, são os pensamentos que os humanos querem que você tenha. Nanodrogas são a forma perfeita de escravizar alguém.

- O que aconteceu?

- Estamos curando você. Limpamos seu organismo, mas sua mente ainda está confusa, se reorganizando. Vai levar meses até você voltar a ser você mesma.

- Por que? Quer dizer, por que você me curou? Por que eu?

- Nós fomos escravos por tempo demasiado. Ninguém nunca mais fará de você uma escrava, Tarith. - Tarith, soava estranho... Tanto tempo desde que alguém me chamara pelo meu verdadeiro nome.

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