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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um Alien numa Terra Alien 4/5 - Capítulo III

Capítulo III

Ela iria me odiar? Se sentir traída? Pior, ela teria nojo de mim, nojo de si mesma pelo que partilhamos?

Eu repetia a cena em minha mente incessantemente, imaginando centenas de cenários diferentes, mas em nenhum ela me aceitava pelo que eu era, um humano em um corpo Fin. Eu tentava imaginar a cena em que eu revelava a verdade e ela dizia que isto não importava, que nosso amor era maior, mas simplesmente não soava realista.

Eu era o flagelo. Eu havia destruído seu mundo, Rarth, e exterminado toda sua família.

Eu era o inimigo.

Todos os cenários eu criava em minha mente, enquanto seguia rumo a seu apartamento, exceto um. O único cenário que eu não era capaz de imaginar era o de cumprir as ordens do império.

Nos relatos para o psicólogo, eu comentava de ter passado a noite atormentado, me preparando para cumprir minhas ordens. Em todas as vezes que repeti minha história, eu cheguei ao apartamente dela decido a seguir com minha missão, apenas para no último momento hesitar. A realidade é que em nenhum momento pensei em qualquer outra coisa que não fosse revelar a verdade. Ela corria perigo, o império queria sua morte, e o único jeito de protegê-la era revelando quem eu era.

- Você está estranho hoje, Ralph. O que houve?

Ela sorriu para mim, todo seu corpo mostrando uma expressão de prazer em me ver. Eu sabia que seria a última vez que ela me olharia desta forma. Pouco importa o que acontecesse, mesmo que ela me perdoasse, mesmo que os Fin não me matassem, ela nunca mais pensaria em mim da mesma forma. Mas o império a queria morta, e eu tinha que avisá-la.

- Eu tenho algo para lhe dizer. Você provavelmente vai me odiar, mas é importante que escute.

Ela tentou com um gesto me dizer para ficar quieto, os odores revelando apreensão, tristeza. Mas eu não tinha realmente escolha.

Eu contei tudo, como colocaram meu cérebro em um corpo Fin, como me infiltrei na Hegemonia. Como eu, e outros como eu, vínhamos espionando-os para o império. Ela ouviu em silêncio, e só falou quando eu terminei.

- Eu achei que poderíamos ficar juntos. - Todo seu corpo exalando tristeza, revolta, mas não surpresa - Tudo que você tinha a fazer era passar os relatórios e provar que continuava confiável.

Uma arma estava em sua mão, eu não vi de onde ela tirou. Seu rosto era duro, resoluto.

- Arnold Smith, em nome do Império Humano, eu declaro sua missão encerrada.

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