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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Vingança de Martin - Capítulo I

Capítulo I - 5 Anos Atrás

Eu era apenas uma criança de 11 anos quando eles vieram em seus flutuadores, deslizando acima das dunas, dispostos a nos levar novamente para seus campos de trabalho.

Eu nunca havia visto um humano não alterado antes. Seus corpos estranhamente sem pelo, narizes deformados, orelhas curtas e arredondadas. Era tão estranho pensar que eles eram a matriz original, e nós que eramos uma manipulação, uma mistura com gens felinos e de outros animais de seu estranho mundo natal. Aos meus olhos, eles que pareciam uma versão distorcida de um Gen.

- Eles nos criaram para trabalhar para eles - meu irmão, Sam, me disse dias antes, sua voz amargurada - para sermos seus escravos. Somos mais baratos e mais adaptáveis que qualquer máquina.

- Mas não é justo - eu respondi. Ele respondeu que os humanos não se importavam com justiça. Naquele dia eu descobriria que isto era verdade.

Como começou a carnificina, eu não me recordo. Lembro apenas de estar quase ao lado do assassino, o lider de todos eles, enquanto ele discutia com os anciões. Ele mentia sem nenhum pudor, dizendo que não iríamos ser forçados a trabalhar, que precisávamos sair de nossas terras, as terras que eles próprios nos deram como esmola, para nosso próprio bem.

Naturalmente nós não acreditamos, nós sabíamos muito bem o que esperar. Sabíamos que era apenas uma questão de tempo até os humanos abandonarem seu falso sentimento de culpa e nos colocarem novamente a trabalhar como escravos. "Vocês foram criados por nós", meu irmão me disse que era a única justificativa que eles usavam.

Foi algum acidente? Houve algum disparo de uma arma? Ou uma pedra atirada em raiva? Eu não sei, as imagens não eram lineares, não formavam uma animação. Eram apenas cenas truncadas que ficaram registradas para sempre em minha memoria, de forma desordenada. Um corpo sendo arrastado, uma explosão, um Gen caído, pessoas correndo, gritando.

Minha próxima memoria foi de acordar em meio a uma pilha de cadáveres, minha cabeça sangrando de um ferimento, enauseada com o cheiro de carne apodrecida. Por algum motivo, pensaram que eu estava morta e me deixaram para trás.

Eu revirei cada um dos corpos, procurando por minha mãe, pelos meus irmãos, procurando sem tentar encontrar, torcendo para que tivessem sido levados. Pelo menos minha irmã menor, minha pequena Pan, eles poupariam, não? Quem poderia fazer mal a uma pequena criança de 5 anos.

Seu corpo foi o primeiro da minha família que encontrei.

Não foi o último.

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