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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um Alien numa Terra Alien - Prólogo

Prólogo

- Meu nome é Arnold Smith, e eu sou um oficial do serviço de inteligência humana. Nasci na Terra, no ano de 2719, me alistei em 2735, entrei para a inteligência em 2740 e de 2745 até 2750 atuei infiltrado na Hegemonia Fin sob a denominação Ralph. Há três meses minha missão foi encerrada, e recuperei minha forma humana.

Cada sessão com o psicólogo iniciava com o mesmo ritual. Ele perguntava quem eu era, e eu respondia.

Como em todas as outras vezes, eu olhava disfarçadamente para minhas mãos, enquanto repetia a mesma frase. Mãos humanas, cinco dedos, polegar opositor, pele clara. A sensação de que não pertenciam a mim persistia. Bastaria eu fechar os olhos para ver na minha frente pequenos tentáculos verdes.

- E você se sente humano?

- Doutor, eu sou humano. Nunca deixei de ser humano, mesmo quando estava naquele corpo alienígena. Tudo que eu sonhava, todos os dias, era poder voltar a ser eu mesmo. E agora que estou de volta, tudo que quero é rever minha família e deixar este pesadelo para trás. Só preciso que o senhor me dê alta.

- Faremos isto quando estiver pronto, Arnold. Hoje, quero que me relate novamente sua última missão como Ralph, está bem?

Respirei fundo, concordei com a cabeça, e começei mais um relato. Com certeza eles iriam comparar com todas as sessões anteriores, analisando para ver se eu estava escondendo alguma coisa. Mas o que haveria para esconder?

- Eu estava de licença, por cerca de duas semanas - cinco ciclos curtos na contagem Fin, mas eu tomava cuidado de nunca referenciar diretamente elementos alienígenas em meus relatos - e era a primeira vez que estava em um dos mundos principais dos Fin. Fiquei surpreso em receber um contato do império mesmo lá.

- Como foi isso? - a voz do psicólogo fingindo interesse. Eu tomei cuidado em responder sem deixar transparecer minha irritação.

- Minhas missões eram transmitidas de diferentes formas, mas nos últimos meses eu vinha recebendo mensagens codificadas na própria rede de comunicação Fin. Até onde eu sabia, os Fins não tinham idéia que havíamos comprometido sua rede.

- E que missão era esta?

- Eu deveria tentar seduzir uma Fin. Supostamente ela fazia parte de um ciclo periférico de decisões estratégicas, e eu deveria me tornar íntimo dela e conseguir as informações que ela tinha acesso.

- E como você encarou esta missão?

- Era apenas mais uma missão. A única coisa que estranhei é que contrariava normas que haviam me sido passadas.

- Normas?

- Tínhamos ordens para não ter nenhum envolvimento mais próximo com os Fins, especialmente contatos íntimos. Supostamente isto poderia comprometer nossa capacidade de agir nos interesses do império.

- E pelo visto, realmente comprometeu.

O sangue me fluiu ao rosto, e eu contive um impulso de avançar em direção ao psicólogo. Eu continuei o relato, sem me deixar levar pela provocação...