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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A Vingança de Martin 5/9 - Capítulo IV

Capítulo IV - Tempo Presente

- Surpreso em nos ver, Senador Adam? Todos mudamos muito desde a última vez que nos encontramos pessoalmente, não é verdade - o assassino estava agora imóvel no chão, enquanto uma batalha era travada entre seu sistema de sustentação de vida e os nanos invasores. Martin se agachou a seu lado, enquanto falava.

- Não pode falar, não é? Se pudesse, o que você diria? Pediria desculpas pelo que seu povo fez ao meu? Como se desculpas pudessem desfazer o passado, apagar décadas de sofrimento e exploração? - O assassino mal olhava para ele, os olhos fixos em mim. Fazia 5 anos desde que minha aldeia foi massacrada, será que ele se lembrava de meu rosto, depois de tanto tempo. Ou ele apenas não queria encarar Martin, enquanto vivia seus últimos minutos.

- Ou então - Martin continuou - se pudesse, você pediria desculpas pelo que fez a mim? Faria isto senador? Pediria desculpas por me fazer acreditar que eu era igual a vocês, que eu era como seu próprio filho? Pediria desculpas por ter me abandonado?

Eu olhei, confusa, para Martin. Sequer sabia que ele conhecia pessoalmente o assassino. Eu tinha um motivo pessoal para estar aqui, mas para Martin era apenas outro alvo legítimo, outro dos incontáveis humanos que persistiam em tentar nos submeter a seu domínio. Ou não?

- Não estou entendendo, Martin. Você o conhece?

- Ah, sim, nós nos conhecemos muito bem, não, senador? - Martin olhou para mim - eu era um órfão, meus pais mortos em um desastre no campo de extração de Kheel. O senador estava lá, na época ele era um auditor, supostamente enviado para investigar os motivos do acidente e punir os culpados. Mas ninguém foi punido, não é, senador? Nenhum humano jamais é punido, certo?

- E o que aconteceu?

- Eles me adotaram. - ele olhou novamente para o assassino agonizante - Eu era como seu filho, senador? Era o que eu acreditava. Que eu tinha o mesmo valor de um ser humano, que para você e sua esposa, eu pertencia a família. Não teria sido menos cruel me deixar no campo de Kheel? Não seria isto melhor que acreditar que eu tinha algum valor, apenas para me abandonar quando cansaram de mim?

Sem receber resposta de ninguém, o assassino incapaz, eu sem saber o que dizer, Martin continuou sozinho a falar - Aposto que você pensou que nunca me veria novamente? Que eu poderia ser apagado de sua consciência, um animal de estimação que vocês abandonaram quando resolveram ter um filho de verdade?

O assassino agonizava, imóvel, enquanto Martin revelava um lado seu que eu jamais conhecera.

E o assassino continuava olhando apenas para mim.

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