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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os Cinco Não Vivos - Parte 5 de 5: Ardath

Ardath

Existem cinco arcanjos. Existem cinco não-vivos. Cláudia contou esta história. Estávamos inventando histórias de terror, de vampiros, lobisomens. Eu contei de uma criança que caiu de uma janela.

A história de Cláudia não foi inventada.

Eu encontrei um dos arcanjos, Sangadriel. Não sei o nome dos outros quatro.

Um dos não-vivos se chama Kabet, e ele tirou um pedaço de meu cérebro. Ele disse que era minha alma. Por causa disto, o arcanjo tentou me matar.

Uma dos não-vivos se chama Kalith, e ela matou meu amigo Pedro. Ela me salvou de Sangadriel, e me disse que havíamos sido amantes em outra vida.

O terceiro não-vivo, Matat, caminhou comigo até a porta de minha casa, e me disse que era hora de me despedir de minha mãe. Acho que ele vai me matar, mas ele me garantiu que não vai fazer mal a ela.

Ele desapareceu quando chegamos em minha casa, não sem antes dizer que eu ainda encontraria os dois outros não-vivos, Luskor - que assumia a forma de sua vítima - e Ardath, de quem eu nada sabia.

Eu abri a porta de casa e entrei. Mamãe estava na sala, e sentada, em outra cadeira, Claudia.

- Filho, que bom que chegou, onde você estava? Eu estava justamente dizendo para Claudia que você teve um pesadelo por causa destas histórias que ela inventou.

- Marta, querida, eu não inventei nenhuma história. Os não-vivos são reais.

- Claudia, isto já foi longe de mais. Julio realmente ficou assustado, e eu quero que você pare agora com isto.

Ela pareceu nem ouvir minha mãe, e se virou para mim - Lembra, Julio, que eu contaria em outra ocasião como surge um não-vivo, como eles são substituídos? - eu acenei que sim, mas acho que ela nem reparou. Na verdade, me veio a intuição que, embora olhasse para mim, era para minha mãe que ela contava a história.

- Imagine que a alma de uma criança seja oferecida ao demônio por sua própria mãe. Digamos que fosse um pequeno bebê, e digamos que sua mãe tivesse esquecido aberta a janela do apartamento. Imagine o bebê caindo lá em baixo, de cabeça no chão, o cérebro se espatifando - Minha mãe estava branca, e eu queria pedir para Claudia parar de falar, mas não consegui dizer nada, e ela continuou.

- Imagine então, esta mãe, agarrando esta criança e sabendo que nenhuma oração a Deus, nenhum pedido por um milagre, traria seu filho de volta a vida. Digamos que, neste momento, esta mãe, no desespero, implorasse até mesmo para o lorde das trevas pela vida de seu filho.

Minha mãe estava com os olhos cheios d´água, lágrimas escorrendo pelo rosto, dizendo 'não' várias vezes, baixinho. Eu corri e a abracei.

- Esta mãe, se fosse justa, ficaria grata a Lúcifer pelos anos que ganhou com seu filho, anos que nenhum milagre de Deus poderia ter lhe dado.

- Você não vai tirar Julio de mim, Claudia - Minha mãe falou, enquanto me agarrava com força.

- Claudia? Claudia está morta a dias. Meu nome é Luskor, e eu e seu filho temos agora que partir.

Ela estende sua mão, e eu sei que não tenho outra escolha além de pegá-la.

- Quanto a Julio, Julio morreu com dois anos de idade. Despeça-se de seu filho chamando-o pelo seu verdadeiro nome: Ardath.

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