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sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Último Rei Orco XXIII

    "Húbris". Arrogância cega.
    N-BIS sempre entendeu como uma qualidade apenas dos mortais. Elfos, humanos, orcos e outras criaturas inferiores, que, em sua arrogância, se julgassem capazes de desafiar a vontade dos deuses. Ele agora se perguntava se este mal também não poderia afligir a seres supremos.
    - Você ousou me convocar, V-NU, a mim, o mais poderoso de todos os deuses? E para quê? Para tentar me assustar com estórias ridículas? Só porque os Orcos exterminaram seus elfos, agora está com medo de J-VA?
    - Eles também exterminaram seus humanos, Z-US. Quando os Orcos se multiplicarem e se espalharem pela terra, J-VA se tornará mais poderoso que você.
   E o poderoso Z-US riu de escárnio, ante as palavras de V-NU.
   - A minha palavra é suprema, V-NU, este é o meu dom, e é ele que me torna superior a todos os deuses, não importa para quem os mortais façam suas oferendas. Eu disse que os homens herdarão a terra, e assim será.
   - E, no entanto, o poder de J-VA cresce a cada dia, e o seu diminui.
   - Pois eu lhe digo, V-NU, para você e para o chacal que resolveu se tornar seu servo. J-VA não reinará supremo. O nome de J-VA se perderá no tempo, e não sobrará um único Orco na terra para rezar seu nome.
   As palavras eram carregadas de poder. Z-US havia usado seu dom ao proferi-las.
   - Está feito. Se J-VA um dia foi uma ameaça, agora ele está condenado a destruição - E, com um gesto, Z-US desapareceu.
   Só após a partida do deus supremo, N-BIS falou - Ele nem nos escutou, tão certo que está que nada o ameaça. Seu poder vai mesmo destruir J-VA?
   - Sua palavra é a verdade. Os homens herdarão a terra. O nome de J-VA se perderá no tempo. O que Z-US disse é o que acontecerá.
   - No entanto... - N-BIS falou, para provocar V-NU a concluir seu pensamento.
   - No entanto, ele ainda é apenas um tolo que não compreende seu próprio dom. E, especialmente, não entende seus limites.
   - E o que fazemos agora, V-NU.
   - Fazemos, N-BIS? Não estamos juntos. Não entrelaçamos nossos destinos, não somos amigos, não somos servos e senhor. O que havia para fazermos juntos já fizemos.
   - Então não iremos enfrentar J-VA?
   - Eu vi incontáveis deuses surgirem, e incontáveis deuses cairem. Não vi tantas eras por enfrentar cada deus que julga ser o deus supremo. No final, que me importa se é J-VA ou Z-US a reinar.
E ante o silêncio de N-BIS, V-NU olhou para ele e concluiu.
   - Parta agora, deus chacal, e prepare-se, que, quando Z-US cair, ele não cairá sozinho.
E, sabendo que a hospitalidade do deus do centro estava por terminar, N-BIS partiu.

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